CENAS DA VIDA EM CONDOMÍNIO

Na reunião do condomínio, uma excelente notícia. Há um ano, pagávamos cerca de R$ 2.500,00 por mês de água. No mês passado pagamos algo em torno dos R$ 800,00. Isso, com todos os descontos que a Sabesp vem dando para os consumidores que economizam água (menos para os privilegiados grandes consumidores, que pagam menos que o resto dos sedentos).

Esse resultado não foi apenas fruto da economia dos moradores, que é significativa. Nós “reusamos” a água do banho no vaso, e os hábitos de escovar os dentes e lavar as mãos fechando a torneira nos intervalos já está consolidado. O grande ganho do condomínio foi resultado da eliminação de um vazamento escondido em um cano mestre que servia a uma das prumadas do prédio.

A síndica que terminava o mandato, Vera Passos, recebeu uma ovação dos condôminos.

Imagine se a Sabesp fizesse direito a manutenção da rede de distribuição, que desperdiça entre 25 e 30% de toda a água que entra no sistema. Outro dia li uma matéria sobre o assunto e vi, que por aí, a média não passa dos 5%. No Japão, é penas 1% da água que se perde por vazamentos.

Mas, por aí, a distribuidora é de água, não de dividendos. A Sabesp, com toda sua ineficiência, está listada na Bolsa de NY e distribuiu, há dois anos, 6 bilhões de reais entre os acionistas. O majoritário é o governo do estado de S. Paulo.

Empresas públicas de serviço têm que gerar superávit, sim. Para investir na melhoria dos serviços, não para fortalecer a caixa do governo estadual e o bolso dos acionistas privados.

Falta de educação

Na mesma reunião, entretanto, foi comunicado aos presentes que recentes mudanças no quadro de funcionários aconteceram por conta das ofensas que alguns dos condôminos fizeram a eles.

Acontece que o prédio onde moro é antigo (Hélas, tem a minha idade!). É, portanto, de uma época em que não se fazia salão de festas, piscinas e saunas que ninguém usa mas que encarecem o condomínio.

Mas, também, era uma época de garagens pequenas.

Aqui no prédio não se pode ter vagas delimitadas. Simplesmente não é possível. Os carros são entregues aos porteiros, que os arrumam em fila. E que retiram os carros, o que às vezes é trabalhoso, na medida em que os moradores que saem o solicitam.

Uma parte da garagem é coberta. Duas áreas, entretanto, estão ao ar livre. Sujeitas a cocô de passarinhos e até mesmo a objetos jogados desde um viaduto que passa perto. É a primeira manifestação de falta de educação. Outro dia alguém desperdiçou uma meia dúzia de ovos atirando-os sobre um dos carros. Que obviamente ficou todo melecado.

Mas a razão das demissões foram ofensas e insultos feitos por moradores que exigiam que seus carros ficassem exclusivamente na área coberta, ou por impaciência com os porteiros-manobristas que não conseguiam retirá-los com a rapidez que os trogloditas queriam (sem ter avisado pelo interfone que iam sair).

E xingavam os funcionários. Tipo filho-da-puta pra baixo.

A síndica explicou que, apesar dos funcionários terem pedido demissão, aceitou demiti-los sem justa causa, pagando a multa, diante da mágoa que os pobres demonstravam. Não tinham condições de reagir contra os donos dos apartamentos, então preferiam ir embora.

Bem, como os demais condôminos não estão dispostos a pagar por esse tipo de grosseria, decidiu-se que os trogloditas seriam notificados formalmente pelo síndico, de modo a que pagassem as eventuais despesas decorrentes da falta de educação.

Pequena amostra da falta de educação que grassa por nossa Pindorama, e que aparece nos insultos e baixarias nas manifestações direitosas que têm acontecido.

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