Já assisti – infelizmente – muitas demonstrações de incompetência na coordenação política e na comunicação de vários executivos – do federal e de estaduais.
Mas essa turma (des)coordenada (sic) pelo Mercadante arrisca a bater todos os recordes.
Fazem a Presidente da República se deslocar de Brasília para S. Paulo para aparecer cinco minutos no velório do filho do Alkmin.
Tudo bem, uma tragédia pessoal atinge uma pessoa que é também o governador do Estado mais importante da federação.
Mesmo com o risco de ser insultada (depois do episódio de truculência mal-educada a que foi submetido o ministro Mantega no Einstein, quem duvida da possibilidade de insultarem a Presidenta em um velório? Eu, não), justifica-se a solidariedade aos pais.
A Mônica Bérgamo, na Folha, diz que a Presidenta hesitou a vir, temendo que a viagem fosse vista como exploração política. Teve que se articular a coisa com a família do governador.
Ou seja, as consequências foram pesadas e avaliadas. Só que pela metade.
Vir, comparecer ao velório do filho do governador e não passar no velório das outras vítimas, é de uma burrice difícil de engolir. Também são pais, ou filhos, atingidos pela mesma tragédia.
Qual a mensagem que essa atitude passa?
Os políticos se entendem. O povo que se lasque.
Comunicação não se faz apenas com discursos e notas em jornais. Se faz também com atitudes.
Para completar a amostra de insensibilidade, o prefeito de S. Paulo, Fernando Hadad, também esteve no velório do filho do governador. E também não deu às caras no velório das demais vítimas, cidadãos e moradores da cidade que administra.