Avô existe para pagar mico mesmo.
Ponho uma casaca de Papai Noel (de feltro, um calor horrível), o gorro e uma barba falsa, e desço com dois sacos vermelhos cheios de coisas de plásticos – volumosas e baratas, como criança gosta mesmo, enquanto não está infectada por certos vírus – e desço para a sala, onde os netos, que acabaram de chegar, me esperam.
O Teo olha e mata a charada na hora.
– É o vovô, é o vovô! – exclama espantado.
Ganhei o ano. O saco cheio do bom velhinho pagou o mico, e a pena.