As manchetes dos jornais, diariamente, soltam o cantochão: no Brasil tudo está ruim, a Dilma é incompetente, o Mantega um pândego, bom é o Aécio e o Armínio Fraga vai por ordem na esculhambação.
Bom, como sempre digo, a manipulação aparece nas manchetes. E, mais significativamente, no que publicam lá no fundo do jornal.
As manchetonas são claras: O FMI diz que o Brasil vai mal.
Ora, ora, o FMI. Quem gosta dele é o PSDB. O FHC foi lá implorar os trocados depois de quebrar o país três vezes, aceitar o monitoramento da economia brasileira pelas doutoras Jul e quejandos. Que chegavam em Brasília para dizer ao dr. Pedro Malan: Faça isso, faça aquilo, e mais aquilo outro. As respostas de sempre: Sim, sinhá, sim, sinhô. Sim, sim sim. Só isso ou arrocho mais, sinhazinha?
Até que veio Lula, pagou tudo, e o Brasil virar credor do FMI. E a Dilma articulou a criação do Banco de Desenvolvimento dos BRICS.
Mas, para os colonizados de sempre, o que vale mesmo são as avaliações do FMI. “Çábios” que não sabiam nada sobre a fragilidade do sistema bancário internacional. “Expertos” que soltavam grana atrelada à compra dos produtos e serviços dos EUA.
E que o PIG continua louvando, como se vê nos dois recortes a seguir.
Mas, por favor, deem uma olhada no terceiro, que estava na dobra de baixo da penúltima página do caderno “Economia & Negócios”, também do Estadúnculo de ontem.
Como assim?
A Alemanha, esse modelo de tudo o que é “responsável” na gestão da política econômica?
A Alemanha, a mestre em dizer: arrochem, arrochem, demitam, cortem gastos, austeridade fiscal é a solução.
É mesmo?
Taí: arrocham, arrocham, cortam, demitem, cortam benefícios sociais, jogam gregos e espanhóis na miséria, forçam o abestado do Hollande a fazer a mesma coisa.
E aí está o resultado:
Não é “projeção”: 5,7% de queda na produção industrial desde janeiro! Contração de 4% só em agosto. Contração de 0,2% do PIB no segundo trimestre e ameaça de entrar na recessão pra valer até o final do ano.
Como, a Angela Merkel não é a versão moderna, mais eficiente e durona que a Maggie Thatcher?
E o Sigmar Gabriel não é um gênio que devia dar umas aulas para o Mantega?
Mas existe uma gente triste.
Colonizada.
Que gente triste, mesmo.
Que se orgulha de ser colonizada.
Expressão real da síndrome de vira-latas, a tal do contraditoriamente formidável Nelson Rodrigues.
O Estadúnculo publica a matéria, lá no fundo. Só quem lê jornal com muita atenção e vai além das colunas sociais percebe o tamanho da encrenca em que a Europa está metida. E aí o Estadúnculo pode dizer que “noticiou”.
De fato.
E manipulou conscientemente, acrescento eu.