FALTA D’ÁGUA EM SÃO PAULO PODE AFETAR BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA

O iminente anúncio oficial do racionamento de água na região metropolitana de S. Paulo (racionamento que já está sendo aplicado de fato) pode afetar a balança comercial brasileira.

A reportagem da Agência Ruters investigou a possibilidade a partir do anúncio de que grupos de moradores das regiões de maior poder aquisitivo de S. Paulo já tomaram providências para a importação de água mineral da França para garantir o abastecimento de água para beber, cozinhar e banho. A água para a descarga de banheiros, segundo apuramos, vai ficar por conta do abastecimento da SABESP.

Entrevistamos o Doutor Augusto Tibiriçá Bueno de Prado e Penteado, um paulistano “quatrocentão” e morador de Higienópolis, que nos disse que o condomínio onde mora já tomou providências para enfrentar o racionamento inevitável de água nos próximos meses.

A EVIAN, sem sódio, foi testada por um dos melhores chefs paulistanos para ser usada na cozinha.

A EVIAN, sem sódio, foi testada por um dos melhores chefs paulistanos para ser usada na cozinha.

“O condomínio resolveu reformar as instalações do edifício. Instalamos novo sistema de encanamento para fornecer água diretamente para os sanitários, e o outro abastece chuveiros e cozinha. Somos um condomínio com uma visão bem moderna e ecológica do problema. Para a água dos chuveiros e da cozinha já contratamos a importação semanal de conteiners com 50 mil litros de água mineral EVIAN, da França, que é livre de sódio e ótima para cozinhar, segundo testes que encomendamos a um dos principais chefs de S. Paulo. Para beber, estamos importando também carregamentos semanais de 1.000 litros da água mineral Perrier. Sua Excelência o Governador Geraldo Alckmin nos garantiu pessoalmente que não haverá problema de água para os sanitários, e já orientou seus competentes auxiliares para que nos ajudassem com as licenças de importação. Já estamos com a documentação em mãos. Estamos importando também uma quantidade significativa de desodorizantes de uma marca de prestígio da PROVENCE, também da France. Fazemos questão de manter um ambiente agradável em nossas casas, e principalmente nos banheiros, que podem ser afetados pelo odor peculiar da água da SABESP.”

A reportagem apurou que outros condomínios de luxo de bairros como Granja Viana, Jardim Europa, Itaim Bibi. Granja Julieta. Alphaville, Morumbi, Tamboré e outros também estão tomando iniciativas semelhantes. Em vários deles, entretanto, houve discussões acirradas sobre de onde importar a água. Alguns optaram pelas águas italianas Panna e San Pellegrino e houve quem batalhasse para importar a água da marca portuguesa Pedras Salgadas.

A Perrier será usada apenas para beber

A Perrier será usada apenas para beber

Os desodorantes de ambiente para banheiro trarão o cheiro da PROVENCE

Os desodorantes de ambiente para banheiro trarão o cheiro da PROVENCE

PRODUTORES PARAGUAIOS TAMBÉM SE PREPARAM PARA APROVEITAR A OPORTUNIDADE DE MERCADO

Nosso repórter Leonêncio da Senhora Aparecida viajou até Assunção, no Paraguai, e entrevistou vários produtores de água mineral naquele país, sob condição de anonimato. Os produtores paraguaios de água mineral já se articularam com seus colegas de exportação não-convencional de cigarros para o Brasil para usar as mesmas rotas e mandaram fabricar também rótulos idênticos ao da água de EVIAN. Segundo eles, a opção pela EVIAN se deve a que a garrafa usada pelo produtor francês pode ser imitada com mais facilidade, pois eles usam também embalagens PET. “A Perrier é mais difícil, pois teríamos que encomendar as garrafas no mesmo formato e na mesma cor para atender o segmento premium que a consome”, informaram.

A produção paraguaia tem características artesanais

A produção paraguaia tem características artesanais

REPERCUSSÃO

A Associação dos Produtores de Águas Minerais do Brasil, informada dos planos da elite paulistana, declarou-se surpresa e chocada.

“Estamos com capacidade para abastecer com segurança a população paulistana. Já temos licença outorgada pelos estados de S. Paulo, Minas Gerais e Goiás para perfurar com tecnologia moderna e extrair água do aquífero Guarani, que será devidamente filtrada e fervida para abastecer o segmento premium, ou simplesmente filtrada para consumo pela pujante classe média paulistana, com um preço um pouco menor por litro”.

A senhora Graça das Fontes, gerente executiva da Associação, garantiu que não há necessidade de pressionar a balança comercial Brasil/França com a importação de água mineral daquele país.

Questionado sobre esse ponto, o Doutor Augusto Ubirajara respondeu, sorrindo: “Somos poucos os que podem garantir saúde e higiene a esse nível para suas residências”.

De S. Paulo, Assunção e Paris, com correspondentes.

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